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Sturgis 2019 - A melhor viagem de moto

Uma viagem perfeita em todos os sentidos

Sabe aquela viagem em que tudo dá certo e que no final fica um gostinho de quero mais, essa foi uma delas.

 

PLANEJAMENTO

Estudo do roteiro: O objetivo da viagem era conhecer um dos mais famosos eventos de moto do mundo – Sturgis Rally, mas claro que iriamos expandir o nosso roteiro por várias outras paisagens.

A origem do Sturgis Rally data de 1936, quando Clarence “Pappy” Hoel abriu uma concessionaria de Indian na cidade de Sturgis e fundou o Jackpine Gypsies Motorcycle Club, e esse grupo realizou em 1940 o primeiro Black Hills Motor Classic, com apenas nove participantes e uma pequena plateia de curiosos. Hoje o evento atrai cerca de meio milhão de pessoas de todas as partes dos EUA e do mundo para uma cidade com aproximadamente 6 mil habitantes. Em 2020 o Sturgis Rally comemorará 80 anos de existência e provavelmente o público será bem maior. Uma coisa interessante é que todas a pequenas cidades e vilarejos nas proximidades de Sturgis promovem eventos paralelos, bem como dispõem de acomodações, bares e saloons para todos os gostos e bolsos.

Roteiro Completo: Las Vegas, Beaver, Salt Lake City, Jackson Hole, West Yellowstone, Hardin, Sundance, Sturgis, Laramie, Grand Junction, Monument Valley, Springdale e Las Vegas. Um total de 5.263 km entre estradas e passeios.

Todo o roteiro foi analisado cuidadosamente para evitar quaisquer imprevistos, principalmente estradas sem asfalto ou acesso a postos de abastecimento, hotéis ou atrações com areia ou pedrisco, sem carro de apoio o melhor é evitar quedas ou sustos.

Distancias percorridas: diariamente foram cerca de 400 km/dia, nessa média consideramos alguns fatores, tais como preparo físico dos pilotos e garupa, nível de cansaço que será acumulado durante os dias da viagem e programação de paradas a cada 100 km para esticar as pernas, tomar um café/lanche e abastecer. Além desses cuidados temos que ter atenção ao nível de hidratação devido às altas temperaturas dessa época do ano e a baixa humidade nas regiões desérticas.

Hospedagem: Escolhemos hotéis de categoria turística, com localização e acesso fácil considerando que estaríamos de moto e principalmente avaliamos o custo/benefício.

Motos: Alugamos motos Harley Davidson Eletra Glide, uma vez que estávamos sem carro de apoio e tínhamos que transportar bagagem.

Duração da viagem: 16 dias, sendo 13 de moto.

 

DIÁRIO DE VIAGEM

Uma viagem perfeita começa com um embarque perfeito, e nós começamos muito bem, com um Upgrade (0800) que nos foi oferecido gentilmente pela Delta Airline para que tivéssemos um maior conforto tanto na ida quanto na volta. Acho que ao comentar com o pessoal da Delta que iriamos fazer esse tour, eles devem ter pensado “pobres velhinhos, eles vão morrer e não queremos ficar com isso na consciência”, brincadeira a parte a equipe da Delta tanto em terra quanto no ar são nota 1000.

1º dia: Chegada em Las Vegas com mais um Upgrade do hotel Flamingo por apenas US$1, um quarto maior com vista para a High Roller (Roda Gigante).

 

2º dia: Las Vegas – Beaver

Retiramos das motos na Eaglerider e seguimos para a nossa primeira parada – Beaver - Utah, passando por alguns vales e canyons, percorremos cerca de 370 km (232 milhas) pela Interestadual 15 Norte (I15N).

Beaver é uma pequena cidade de 11 km², com 2.800 habitantes, localizada no estado norte-americano de Utah.

Como era o nosso primeiro dia e claro depois das tensões iniciais de conhecimento da moto e do trânsito na saída de Las Vegas, apenas chegamos no hotel, fizemos o check-in, jantamos e fomos descansar, para deixar a adrenalina ser absorvida.

 

3º dia: Beaver – Salt Lake City

Continuamos pela a I15N até Salt Lake City.

Salt Lake City é a capital e a cidade mais populosa do estado norte-americano do Utah. O nome da cidade é muitas vezes abreviado para Salt Lake ou SLC. Salt Lake City situa-se nas margens do Grande Lago Salgado, de onde provém o nome da cidade (o nome do lago em inglês é Great Salt Lake).

A cidade foi fundada em 1847 no Great Salt Lake City por um grupo de pioneiros mórmons liderados por seu profeta, Brigham Young, que fugiu da hostilidade e violência do meio-oeste dos Estados Unidos. Hoje, Salt Lake City abriga a sede de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. De acordo com dados do governo, atualmente 78% da população da cidade é adepta da religião mórmon, sendo 60% no estado do Utah.

Segundo o censo nacional de 2010, a cidade possui 186 mil habitantes e é a 126° maior cidade do país.

Em resumo adoramos a cidade que é muito bem cuidada e organizada, com transporte público tipo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), com ótimos restaurantes, museus, monumentos e a Igreja Mórmon é algo que deve ser visitado.

 

 

4º dia – Salt Lake City – Idaho Falls – Jackson Hole

Seguimos pela I15N até Idaho Falls, onde almoçamos e apreciamos a beleza das quedas d’agua, e depois fizemos um desvio para o Leste US 26 em direção a Jackson Hole, nesse dia rodamos cerca de 500 km (312 milhas), numa estrada cercada de lagos e montanhas ainda com neve do último inverno.

Jackson Hole é uma estação de esqui bastante badalada e consequentemente bem cara, por isso fique atento aos gastos.

 

5º e 6º dias – Jackson Hole – West Yellowstone

O percurso hoje foi apenas de 190 km (117 milhas), mas atravessamos os parques Grand Teton e Yellowstone (Atenção - tem ingresso a ser pago nos 2 parques). Apesar do curto percurso, esse trajeto tem que ser feito em baixa velocidade devido aos possíveis animais que podem aparecer na pista (ursos supostamente mansos, bisões, veados, alces, esquilos etc) e quando aparecem temos que parar e esperar o bicho passar, sem buzinar ou tentar fazer Selfie, se for um urso, aproveite esse momento de parada para rever os seus pecados porque pode ser que depois não haja tempo pra isso.

O Parque Nacional de Yellowstone é um parque nacional norte-americano localizado nos estados de Wyoming, Montana e Idaho. É o mais antigo parque nacional no mundo, e um marco na história das áreas protegidas. Foi inaugurado a 1 de março de 1872 e cobre uma área de quase 9 mil km², estando a maior parte dele no condado de Park, no noroeste do Wyoming.

O parque é famoso por, entre outras atrações, seus gêiseres, suas fontes termais e por sua variedade de vida selvagem, na qual incluem-se ursos mansos, lobos, bisões, alces, e outros animais.

Yellowstone é um dos maiores ecossistemas de clima temperado ainda restantes no planeta. O gêiser mais famoso do mundo, denominado Old Faithful, encontra-se neste parque.

Muito antes de haver presença humana em Yellowstone, uma grande erupção vulcânica ejetou um volume imenso de cinza vulcânica que cobriu todo o oeste dos Estados Unidos, a maioria do centro-oeste, o norte do México e algumas áreas da costa leste do Oceano Pacífico.

Yellowstone registou três grandes eventos eruptivos nos últimos 2,2 milhões de anos, o último dos quais ocorreu há 631 mil anos. Estas erupções são as de maiores proporções ocorridas na Terra durante esse período, provocando alterações no clima nos períodos posteriores à sua ocorrência. Assim aproveitem para conhecer antes que o vulcão volte a entrar em erupção.

Reserve pelo menos uns 3 dias inteiros para rodar pelo parque e apreciar demoradamente as suas belezas, vale muito a pena. Como o nosso tempo era um pouco escasso fizemos um “Self Tour express de 1 dia” de moto, procurando ver os principais pontos de visitação do parque, existem várias empresas que fazem esse tipo de tour, basta procurar na internet.

 

7º dia – Yellowstone - Hardin

Dia de dizer adeus para o “Zé Colméia” e continuar viagem até Hardin, todavia quando menos esperávamos um urso, provavelmente manso, cruzou a estrada e passou a uma distância de 15 metros da gente (a distância recomendada é de 100 metros), enfim a adrenalina foi tanta que quase não conseguimos tirar a foto.

Essa nova etapa da viagem foi de tirar o folego, porque passamos pela Beartooth Highway (Auto-Estrada Dente de Urso), essa estrada atinge o seu ponto mais alto a 3.300 metros de altura nas montanhas rochosas, com um visual incrível além de gelo nos picos e na beira da estrada.

Esse é o ponto mais alto da estrada 10.947 pés (3.300 m)

 

8º dia - Hardin -Sundance


Seguimos a Leste pela US 212 em direção a Sundance – Wyoming, por cerca de 400 km.

Conforme comentei no início, o evento em Sturgis afeta toda a região ao seu redor e claro a disponibilidade de hotéis, com preços razoáveis perto da cidade se esgotam rapidamente meses antes do evento, assim optamos por nos hospedar na pequena cidade de Sundance, que fica cerca de 80 km de Sturgis.

Sundance é uma cidade localizada no estado norte-americano de Wyoming, no Condado de Crook, a placa na entrada da cidade indica que são 1.182 habitantes que corresponde ao censo de 2010, mas seguramente já passam de 1.300 habitantes segundo fontes não oficiais.

Nesse trecho da viagem já havia uma enorme quantidade motos na estrada tanto indo quanto vindo, mas o que não esperávamos era encontrar um mar de motos 100 km antes de Sturgis ainda no estado de Montana na cidade de Alzada em “Stoneville Sallon”.

 

Nas proximidades de Sundance fica a “Devils Tower”, que ficou mundialmente conhecida devido ao filme “CONTATOS IMEDIATOS DE 3º GRAU”

Claro que finalizamos esse dia com uma esticada até Sturgis para sentir o clima da festa e também para matar a ansiedade, afinal Sturgis é o nome do tour.

 

9º dia – Sundance – Sturgis

Hoje o dia é todo livre para rodarmos por Sturgis, Deadwood, Black Hills, Rushmore e Crazy Horse.

Nem é preciso dizer que as estradas e os acessos são perfeitos e a paisagem indescritível, quem sabe numa próxima vez eu levo uma barraca e acampo por lá uma semana.

O evento em Sturgis é algo que realmente não estamos acostumados a ver em “terra brasilis”, muitas e muitas motos, mas tudo limpo, organizado e com total respeito às leis de trânsito.

Como falei no início desse post, durante o evento passam pela pequena cidade de 6 mil habitantes, cerca de meio milhão de pessoas, com faixa etária média superior a 50 anos mas com espirito jovem, tipo 49 anos e 6 meses

 

10º dia – Sundance - Laramie

Depois de 2 dias em Sturgis é hora de seguirmos viagem porque ainda tem muita estrada para rodar.

Nesse dia seguimos em direção sul pela US85 em direção a Cheyenne – 424 km e depois a oeste pela US80 mais 85 km para chegarmos Laramie.

Cheyenne, fundada em 1867, é a capital e maior cidade do estado norte-americano do Wyoming com cerca de 60 mil habitantes. É também a sede do Condado de Laramie.

Cidade tranquila bem cuidada, paramos apenas para almoçar e seguir viagem até Laramie.


Laramie é a cidade com 30 mil habitantes e sede da Universidade Estadual do Wyoming, mas como era período de férias a cidade estava meio vazia.

Chamamos um carro de aplicativo para nos levar a uma restaurante italiano e para a nossa surpresa o motorista era um estudante que falava português que tinha ficado na cidade durante as férias.

Por incrível que pareça durante toda a nossa viagem só encontramos 2 pessoas que falavam português, esse estudante que morou no Brasil e um mecânico de helicóptero americano cuja mãe era brasileira, que estava a caminho de Montana para ajudar no combate de incêndios florestais.

 

11º dia – Laramie – Grand Junction

Continuamos rumo ao sul pela US70 por 475 km em direção a cidade de Grand Junction – Colorado.

Nesse trajeto passamos por um canyon que vale a pena visitar "Glenwood Canyon".

 

Grand Junction é uma cidade com cerca de 50 mil habitantes e tem como destaque a Main Street com muitos restaurantes, cafés, barzinhos e até uma loja de doces e chocolates para detonar qualquer regime.

Outra coisa que chama atenção são as esculturas espalhadas ao longo da avenida, mas o mais legal foi quem nos trouxe de Uber do hotel até o centro, a Mary uma simpática motorista de 85 anos com um “carrão” todo equipado, durante o trajeto ela queria saber de tudo sobre a nossa viagem e também contou algumas coisas sobre pontos interessantes da cidade, todavia desta vez nos limitamos a passear apenas pela Main Street.

 

12º dia – Grand Junction – Monument Valley

Seguimos pela US70 sentido oeste por 125 km até a cidade de Thompson Spring – Utah e então seguimos pela US 191 sul por 422 km até chegarmos no hotel “The View” na reserva Navajo no Monument Valley.

Monument Valley é uma região dos Estados Unidos situada na reserva dos índios Navajos em cuja área se encontra um monumento que marca o ponto de divisas de quatro Estados que é denominado "Four Corners - As Quatro Esquinas", dos estados de Utah, Colorado, Novo México e Arizona.

Essa região foi muito usada para gravação de filmes de faroeste, particularmente os de John Ford tendo como artista principal John Wayne.

Outros filmes famosos também usaram cenas de suas paisagens, tais como Forrest Gump, no momento que ele interrompe a corrida e resolve voltar pra casa, esse lugar passou a ser chamado de “Forrest Gump point”.

 

A vista do hotel “The View” é realmente espetacular

 

13º dia – Monument Valley – Zion Parque – Springdale

Hoje antes do amanhecer (5:30 da matina) fizemos um tour para ver o Monument Valley com outra luz.

Pinturas Rupestres nas cavernas

 

Depois desse tour tomamos um café e seguimos viagem por 460 km em direção a Springdale Utah, passando por Kayenta, Marble Canyon e Zion Park.

Springdale é um vilarejo com 560 habitantes, que fica logo após o Zion Park e é basicamente uma rua principal com algumas transversais, mas tem um visual espetacular.

 

Marble Canyon (Rio Colorado)

 

Zion Park


 

Vista do Hotel em Springdale

 

14º dia – Springdale – Las Vegas – Devolução das motos

Essa é a última etapa da viagem com moto e serão 264 km até a Eaglerider em Las Vegas, mas antes uma passada na Loja da Harley Davidson do Zion

Equivalente a 5.263 km
 

15º dia – Las Vegas

Motos devolvidas e agora é hora de descansar um pouco, assistir um show, comer e beber a vontade, fazer a ultimas compras, andar na roda gigante e claro jogar uns trocados no cassino para ver se recupera os gastos da viagem (grande ilusão).

 
Eu nem cheguei perto, mas pelo aviso não recomendo pedir o Hurricane & Pina Colada
 

 

Avaliação da Viagem: Perfeita em todos os sentidos, mas principalmente pela amizade e companheirismo do grupo: Mada Paggiossi, José Quintanilha e Fabio Farina, obrigado por ajudar na realização dessa viagem.


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